domingo, 22 de janeiro de 2017

Reviver

Os dias de Janeiro são passados na nova rotina que já começou a tornar-se habitual. O frio destes dias é normal para a época, lembra-me os anos anteriores. Se na nossa terra o frio varia entre os dias de nevoeiro e os dias de sol e luz, noutras paragens tem provocado os maiores nevões dos últimos anos. Este será o ano do regresso a Andorra e às paisagens dos Pirinéus e até lá vamos preparando e pensando na viagem e na estadia. Será uma semana branca no meio das montanhas, de cansaço físico e descanso mental. Mas será sobretudo, como já o foi no Inverno passado, um regresso no tempo às viagens de família nos anos noventa, para recordar o tempo que já foi. O passado torna-se presente, sempre a mesma tónica no destino, na viagem, nas pendentes. Reviver os momentos que mais nos marcaram e que estão no mais profundo da nossa memória.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Papel Secundário

Ser pai é estar preparado para poder substituir a mãe nas ocasiões em que isso é preciso. Aparentemente pode parecer um papel secundário ou alternativo, mas não o interpreto assim. Estar preparado para substituir a mãe é estar à altura dela e só isso já é muito. Acordar cedo e ouvir o nosso primogénito a chamar pela mãe, para depois pegá-lo ao colo, no forte abraço matinal de mais um dia é como regressar aos braços dos nossos pais quando ainda mal dizíamos as primeiras palavras. A mãe descansa e é hora para fazer a papa e ver os bonecos animados da manhã. Acordar com uma criança madrugadora é assim, sorrisos a toda hora e exigências de mudança de programa. O papel secundário é afinal o papel principal, somos pais e estamos cá para os nossos filhos.

domingo, 1 de janeiro de 2017

Vida velha

Hoje é o primeiro dia de Janeiro. É Inverno, faz frio e o aquecimento está ligado. A minha família dorme a sesta e estou a ouvir canções para comemorar a entrada no novo ano. Vou buscar uma manta para me aquecer um pouco mais e escrevo mais umas palavras. Este ano tudo vai mudar como mudou nos anos anteriores. Esta é a novidade pouco nova. Ou a repetição do tempo cronológico que se vai marcando nos dias do calendário perpétuo. Ano novo, vida velha. Vida velha e vivida. São assim as primeiras palavras do ano, cheias de antiguidade e de frieiras nas mãos. Talvez este seja só mais um ano que passa ou então será o último dos anos, aquele que marca e fica para sempre. Será o que for, o que o tempo, as flores, as nuvens, a atmosfera, o fumo e as cores deixarem ser. Como o fim desta canção que agora oiço e só tem guitarras e ritmo a decrescer até terminar.