sábado, 24 de junho de 2017

Personalidade

Os tempos são de paciência e de espera, para passar a ser uma família maior. Está quase, está mesmo quase. Mas não é dessa espera que escrevo agora. Tenho tido a oportunidade de passar muitas horas do meu dia com o meu filho mais velho. Tal como a flor que deixa a sua semente, o meu filho cresce e vai começando a demonstrar toda a sua personalidade. Afirmativa e independente, meiga e dócil, cheia de doçura e ternura. Ao mesmo tempo bruta e física, impaciente e mandona, cheia de força e agressividade. Sou um pai muito orgulhoso deste meu filho mais velho, à medida que o conheço cada vez melhor e vou dando por mim a chorar por dentro por não poder estar cá para sempre, a sua vida toda, para o ver crescer ainda mais. A beleza da paternidade em todo o seu esplendor. Um filho é sempre uma parte de nós, um ser autónomo que depois parte para um lugar próprio. São estes os sentimentos que vou tendo enquanto o tempo vai passando até chegar o segundo filho.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

A Viagem

Não escrever sobre aquilo que se passou pode ser uma afirmação pessoal, uma distinção em relação a outras vezes, uma transformação contínua, sem forma ou sequência lógica. Viajei sozinho e encontrei gente. Pessoas que adicionaram à experiência individual, tornaram-na colectiva, próxima do comunitário. Viajamos para nos encontrar. Essa faceta não foi diferente desta vez. A cidade que me acolheu durante os dias que passaram é a cidade que me é mais familiar após a minha cidade natal. A deslocação entre os bairros e os locais, a pé ou de transporte público, assim o demonstram. A vivência do momento foi igual, o que mudou foi a deslocação. A transferência do corpo e da alma de um sítio para outro. Essa foi mais fluída, natural, espontânea. Essa liberdade de movimentos ao longo dos dias que passavam, o andamento rápido, a caminhada contínua, a amostra em repetição. Nesse sentido esta foi a viagem.