segunda-feira, 29 de maio de 2017

Da Taça

Chovia o quanto baste para dizermos que o mês de Maio não podia trazer tanta chuva aquando da passagem pela saída da autoestrada que vai dar ao estádio quando o locutor narrava a jogada do primeiro golo do clube do meu coração. Golo, é golo. Foi golo e eu a caminho de casa com a minha família depois de mais um almoço de família na linha de Cascais com os meus avós. Foi o mais próximo que estive da festa da taça. Talvez um dia regresse a esse convívio. Ou talvez não. A chuva continuou a cair até chegarmos a casa e vi o fim do jogo na televisão. Depois de mais uma semana de trabalho, de mais uma semana de rotina, ali estava eu a sorrir para o ecrã. São dias de glória e de vivência através dos planos televisionados. São estes os domingos que passo junto aos que são muito importantes, mais importantes que um desporto, um jogo de futebol, que uma bola a entrar numa baliza. Até que a chuva pare e volte a cair.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Gratidão

É acima de tudo gratidão aquilo que sinto quando passa mais um ano, mais um aniversário, comemorado com quem está comigo quase diariamente. Essa gratidão estende-se e amplia-se durante o ano, apesar de eu não saber demonstrá-la. A semana foi fecunda em acontecimentos memoráveis e muitos irrepetíveis e passou mais um ano. Ou será menos um ano. Sopro as velas, deito-me no sofá, sou criança novamente, serei velho eternamente. Algo assim como a matemática dos números que somo e vou diminuindo. A festa é no Marquês com desconhecidos e apenas um amigo de longa data que vai vivendo na Andaluzia. Somos milhões e uma só alma, é a letra da canção. A alma vai alegre, triste, sonhadora, desolada, lacrimeja e ri. São trinta e seis títulos, aniversários, somados uns a seguir aos outros. Sou pai, filho, neto, fui bisneto e aquilo que serei no futuro não sei, mas sou grato.

sábado, 6 de maio de 2017

Dez anos

Foi há dez anos. Lembro-me desse ano que passou há dez anos. Começo a recordar quase tudo o que passei nesse ano: a viagem ao festival da Catalunha, o Verão sem fim no Algarve, a noite de magia do fim de Dezembro. Era um quarto de século vivido e uma vida nova a nascer. Foi já há tanto tempo que tudo se passou e só agora é que começo a assimilar a importância desse ano a nível pessoal. A madrugada que começa ajuda a memória. A probabilidade de terminar este blogue é cada vez maior, porque é novamente nesse momento que me encontro, como há dez anos. São ciclos, passagens, viagens, memórias, escritas, recordadas, pensadas e reflectidas. Gosto de saber que ainda recordo bem as caras que fizeram parte dessa vida que deixei nesse ano. Passado tanto tempo já não sei de quase ninguém. Recordar isso é bom e faz parte da transformação e da realização.