segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Primeira Viagem

São vapores que emanam de um tubo de plástico e peixes que nadam num aquário gigante. Medicamentos em forma de vapor de ar para curar a respiração. Guelras que respiram o oxigénio dissolvido na água. No meio dos dois acontecimentos há idas à farmácia para comprar os medicamentos, ao hospital para confirmar o diagnóstico. Confirmado o diagnóstico resta aplicar a terapêutica e aguardar os seus efeitos. Tão somente isso. Acompanhar e estar vigilante. Continuar a trabalhar e a descansar e apoiar a médica cá de casa. Somos pais de primeira viagem e tudo o que está a acontecer é sempre uma novidade, mesmo que não seja bom ver os vírus alojados num corpo tão débil ainda, mas muito mais forte do que há uns meses atrás. Ao relembrar os peixes a nadar no aquário, a placidez dos seus movimentos e esse momento de união familiar confio que ficará tudo bem. Já está tudo melhor desde que o pequeno peixe começou a nadar.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Com Sono

Há dias em que não adormecemos logo que ficamos com sono. Hoje é um desses dias. Não escrevo para o demonstrar, apenas para preencher este espaço vazio que avança à minha frente. Visiono intervenções no parlamento da minha república porque estou preocupado, como todos estamos com aquilo que vai acontecendo. Analiso o momento político com a minha capacidade que é mínima e volto a pensar que tenho de tentar adormecer. A importância do dia de amanhã é maior que os dias de amanhã. Lutarei por aquilo que acredito: pelo futuro risonho que encontro todos os dias quando rodo a chave da porta de minha casa. É essa casa, esses sorrisos, essas vidas que tenho de proteger, salvar e guardar. Se isto parece um exagero é pouco. Salvarei a minha noite por isso, guardarei este texto sempre que não consiga adormecer logo que tenho sono.

sábado, 7 de novembro de 2015

Manhã de São Martinho

À procura de inspiração vou em busca da frase que li num programa que vi na manhã que passou. Não encontro a frase mas recordo o sentido. Algo sobre o amanhã que é mutante e diverso do hoje. Hoje é um dia presente, como as palavras que escrevo, e o amanhã é futuro que muda constantemente e está sempre condicionado e livre, escrito e por escrever, uma folha branca que vamos gatafunhando, apagando e por vezes rasgamos. Hoje de manhã com o céu limpo, o sol forte a acalorar a subida das escadas exteriores de segurança até ao último piso. Verifico os danos provocados pelo temporal e ventania de há alguns dias nas telhas do telhado do meu prédio. Faço a reportagem e envio a mensagem aos restantes condóminos a relatar o que vi e o que fiz. Esta foi a manhã que passou. Uma manhã de Novembro, solarenga, efeito do Verão de São Martinho deste ano. O primeiro Verão de São Martinho do nosso primeiro filho.