sábado, 31 de outubro de 2015

Na Cama dos Pais

Agora que já começa a estar mais frio chegam as constipações e as doenças do foro respiratório que afectam o nosso filho. Como é difícil para ele dormir com a tosse e com o aparecimento dos primeiros dentes é usual que acabe a noite na cama dos pais. O tempo passou num ápice, num instante, assim como quem pisca um olho ou vira uma página de um jornal, e ele foi crescendo e agora já começa a tentar dar os primeiros passos. Parece que foi ontem que começou, na verdade já passaram alguns meses e claro que a vida mudou. A mudança mais visível vê-se na responsabilidade dos pais. A mãe já acabou a especialidade profissional e o pai tem dois trabalhos ao mesmo tempo. É preciso somar e economizar para chegarmos ao fim do dia em que adormecemos no sofá e chegamos à cama de madrugada para ver o nosso filho na cama dos pais.

domingo, 25 de outubro de 2015

Furacão Patrícia

O furacão Patrícia já atingiu o oeste do México e enfraqueceu assim que chegou a terra. Dizem que terá sido o furacão com os ventos mais fortes de sempre. Ao longe tudo parece menos intenso. Por cá, no nosso país, começaram as primeiras chuvas de Outono, apesar de não me lembrar de estar tão ameno já no fim de Outubro. Mas provavelmente é sempre assim e eu não noto. Já furacões como o Patrícia são mais raros. O aquecimento global a tornar a raridade numa notícia à escala mundial. As águas equatoriais nunca estiveram tão quentes, como ambiente social do nosso país. Como o furacão que atinge a costa e depois enfraquece e dissipa-se, também eu espero que o turbilhão de reacções a quente se atenue e desvaneça. Todo este caos político só alimentará os ventos que poderão ser cada vez fortes. Mas como o furacão Patrícia, um dia esses ventos chegarão ao seu fim e quem ficar por cá vai ter de reconstruir o que eles deitaram abaixo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Livres e Democráticas

O mais preocupante é que isto afecta a nossa vida. A nossa vida comum, a forma como gerimos as expectativas e olhamos para o futuro. Não sei se alguma vez escrevi aqui sobre política, é possível que sim. Mas desta vez o tom é mais sério e denso. A democracia falou e nenhum dos partidos e coligações tem a maioria dos deputados do parlamento. A partir daqui todos os cenários são possíveis, mas a mim, que sou um leigo na matéria, parece-me claro que a maioria dos votantes elegeu partidos ou coligações que defendem os nossos compromissos como nação, perante os nossos parceiros europeus, com quem partilhamos a moeda e por conseguinte o tratado orçamental. Por esta razão o governo, e a linha programática seguida, deveria ser formado pela coligação mais votada e pelo segundo partido mais votado. Em coligação, o chamado bloco central, ou com apoio parlamentar maioritário. Por outro lado, o partido ou coligação mais votada e o seu líder tem direito a ser nomeado Primeiro-Ministro. É assim desde 1976, por que razão deveria ser de outra forma agora? Se, depois desta nomeação, o governo cair porque não tem apoio parlamentar, porque o segundo partido mais votado decide apoiar uma moção de censura ou não aprovar, votando contra, o orçamento com o apoio da maioria parlamentar existente, iniciam-se novas formações governamentais. Formações essas que terão novamente de basear-se nos últimos resultados eleitorais. Caso estes resultados eleitorais não sejam esclarecedores e não seja possível formar essa maioria parlamentar que respeite os nossos compromissos europeus, então que seja dada a voz ao povo, em novas eleições livres e democráticas.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Resfriamento

Já estamos em Outubro e as temperaturas do ar já começaram a descer. Há mais instabilidade meteorológica e também cada vez menos tempo para pensar e escrever. Como se o abaixamento da temperatura e da cadência do pensamento e das motivações andassem em conjunto. O resfriamento, aquela brisa matinal, aquele vento do início da noite, anunciam a chegada de um novo tempo, em que a temperatura desce, o entusiasmo das coisas onde já estivemos mais envolvidos também diminui. Não é uma novidade esta conclusão. Existiu um tempo anterior em que tudo o que está a acontecer também apontava para o fim. De alguma forma esse tempo nunca chegou bem a vingar. É provável e desejável que este resfriamento não vingue também. Afinal daqui a pouco tempo será novamente Primavera e o calor voltará como em todos os outros anos. Só que agora é tempo da temperatura descer.