segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Saudável Equilíbrio

Entretanto o tempo foi passando, houve um eclipse lunar e tudo e eu não o vi porque adormeci. Recuperei da constipação forte que me obrigou a parar e a tomar remédios durante dias a fio. Há um certo equilíbrio nestes acontecimentos, como se o corpo tivesse de descansar um pouco ou então adoecer, contrabalançando os dias longos entre a saída de casa e o regresso, dos quais não voltarei a falar para não soar repetitivo. O bom disto tudo é perceber que o tempo ao passar mais rápido só deixa tempo para o que é realmente mais importante, apesar de tudo ser importante dependendo da fase de vida em que te encontras. Na fase em que eu me encontro o fundamental é estar com o nosso filho que cresce todos os dias e qualquer dia já dá passos sozinho, abraçar a minha mulher no fim de um longo dia de trabalho e exercício físico, já depois de estar bem curado da constipação e finalmente passar o tempo que resta com a família, a irmã que vai seguir a sua vocação, os bisavós que querem estar com o bisneto e estar com os avós e todos os tios que querem saber de nós e querem acompanhar o crescimento do primogénito. Tudo por um saudável equilíbrio.

domingo, 20 de setembro de 2015

Colonização

O fim de semana foi passado em casa a tomar conta do filho que esteve doente, aquelas doenças habituais de baptismo de creche. O sol brilhou lá fora, as janelas deixavam entrar a luz forte. Tivemos de cancelar um almoço de família. Também tivemos a visita da avó e das tias, que o viram de bom humor, naquela janela em que o medicamento fazia efeito e a dor não se sentia. Ver alguém tão próximo de nós com dores é sempre uma preocupação, que felizmente tem tratamento. Está tudo bem, não se preocupem. Tudo isto faz parte da colonização das bactérias que vivem connosco desde o princípio até ao fim da nossa vida. A cura já foi descoberta, vamos combatendo-as e elas vão tornando-se mais fortes. Mas não é o caso destas bactérias. A tal colonização que fui descrevendo acontece com todos nós. Tornam-nos fortes o suficiente para sobreviver muitos anos até que chegue o dia em que o nosso corpo deixa de responder a essa colonização ou então começa a enfraquecer. O processo de cura da primeira colonização e doença do meu filho é apenas o início de uma grande história de vida.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Cadência

Tudo está relacionado com a cadência. Ou com a falta dela. Relaciona o ritmo, a marcação, a regularidade. A falta de cadência deste blogue e da escrita também tem uma conexão a esta nova realidade. Uma realidade marcada pela cadência, pelo horário, pela forma como os dias se sucedem quase sempre da mesma forma. A extinção do tempo funciona assim, com o seu consumo e com o seu aproveitamento. A oportunidade surge, o quotidiano segue a oportunidade e o raio de sol das sete da manhã fita o nosso olhar todos os dias à mesma hora, bem como a escadaria do metro que vamos subindo quando chegamos à hora do almoço. Ao fim do dia, a paragem de autocarro espera por nós naquele mesmo lugar, por vezes ainda de dia ou então já depois de escurecer. Até que chegamos a casa e adormecemos cansados e preparados para começar tudo de novo.