domingo, 30 de agosto de 2015

Sons de Altura

No início da manhã, quando acordo cedo, olho para lá do gradeamento da casa onde estamos alojados e vejo o sol a nascer atrás do monte da Praia Verde no meio do silêncio. A meio da manhã começa a passar a carrinha dos congelados com a sua buzinadela característica. Na avenida principal os altifalantes do carro promotor do circo Dallas anuncia que o circo está na cidade. Chamar a esta povoação cidade talvez seja exagerado. Uma vila vocacionada para o turismo balnear, sazonal por definição. Ao início da tarde chega a vizinhança da zona do Porto, uma família enorme que se junta para almoçar e conversar a alto e bom som, ao mesmo tempo que o telemóvel dos mais novos da família passam os êxitos do momento. Ao fim da tarde, na praia, começam a chegar os vendedores dos bolos, das bolinhas e bolachas americanas, cada um deles com o seu pregão sonoro. À noite já só se ouvem os carros a passar na avenida, um som longínquo de estrada e de motores a acelerar. São estes os sons que vou levar este ano, daqui desta povoação de Altura. Levo também descanso e a sensação que parte de mim já fica a morar até ao regresso no próximo ano.

domingo, 23 de agosto de 2015

Atlântico Ocidental

A meteorologia tem feito lembrar as praias do Atlântico ocidental, amanheceres com neblina e fins de tarde ventosos e a temperatura do ar mais baixa do que é normal para esta zona. Isto apesar dos dias bons que também têm existido, com sol e algum calor pela manhã e início da tarde. Dizem-nos que a meio do dia a praia tem estado boa, mas com um bebé é proibido estar na praia depois das dez horas e meia e antes das quatro e meia da tarde. A água do mar também está com a temperatura abaixo do normal, ainda assim mais quente que as praias da costa Oeste de Portugal. O sul, esta semana em particular, tem estado mais fresco, com poucas aparições do tempo mais tórrido a que nos acostumou. Mas como este ano a praia é para usar com moderação não temos sentido a falta desse calor. Há outras emoções a acontecer. Areia da praia que é tocada pela primeira vez, poças à beira mar onde a água chega ao tornozelo e banhos de sombra debaixo do guarda-sol.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Abrandamento Natural

Já chegámos. É esta a mensagem que deixamos à família que não nos acompanha nestas férias. O período de férias é sempre um momento de paragem. Há um abrandar natural nesta altura. A atenção e a concentração baixam, como reacção do relaxamento. A viagem foi normal, com paragens sempre que fosse necessário até ao destino final. Mais uma vez, ano após ano desde o nosso casamento, chegámos ao mesmo sítio, ao mesmo local. As primeiras horas servem para nos instalarmos e para fazer um primeiro reconhecimento. Este ano com a família a crescer há um vasto número de objectos e coisas importantes para tomar conta do bebé que vieram connosco. Será, por isso mesmo, por estarmos com um bebé, tudo bem diferente, desde os horários do quotidiano até ao período de permanência na praia que é menor. Ainda estamos a começar o abrandamento natural, com a agitação habitual de uma chegada recente.

domingo, 9 de agosto de 2015

Cansaço Emocional

A expectativa do início do período de descanso mais a sul aumenta. Serão duas semanas como sempre num destino habitual mas com uma grande novidade, as primeiras com um filho entre nós. São momentos que ansiamos porque sabemos que podemos aproveitar o tempo de uma forma diferente e mais produtiva. São tempos de descanso, mas de cansaço emocional. Bom cansaço emocional. Daí a expectativa e a preparação. Preparação interior sobretudo. Temos passado este tempo a cuidar do nosso filho, é precioso este tempo. Tal como até agora, desde o nascimento, em que um dos progenitores ou mesmo os dois cuidaram dele sempre. Por isso a importância do momento e a enorme expectativa. Junto ao mar, ao lado dos pais, dos avós, dos tios e de todos que lhe querem bem, o seu crescimento será assegurado, com sabedoria e muito carinho.

domingo, 2 de agosto de 2015

Ultrapassados

São carros a dirigirem-se ao seu destino, que se ultrapassam e por vezes são ultrapassados. Vamos em direcção a sul, como noutros anos, desta vez para um período de dois dias num destino tão turístico como familiar. Por ser o sítio onde a família tem um apartamento que é partilhado por quase todos os irmãos, os irmãos da minha mãe, em regime de rotação anual. Este não era o ano da minha mãe, mas por tradição e por hábito, também porque é uma oportunidade de nos juntarmos em família, reunimo-nos com a minha mãe neste destino a sul. Vamos na estrada e paramos para alimentar o nosso filho e no fim, mesmo antes de chegar, paramos novamente para cuidar da sua higiene. É assim que vamos, ultrapassamos e somos ultrapassados, chegamos e somos bem recebidos e passados dois dias estamos de volta. São as ultrapassagens do crescimento, dois dias que parecem muitos mais.