segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Caminhos

Ainda estou a habituar-me à nova rotina, aos poucos vou começando a preparar os caminhos que faço diariamente e que têm imensas hipóteses. Há um jantar para assinalar o fim da época de estudos, na esplanada  virada para o rio, com mantas sobre as pernas, bem perto aqui do bairro. Por fim começo a ouvir com maior regularidade alguns discos, que agora vêm na forma de ficheiros escutáveis através de plataformas de som. Por estas razões todas a sensação que tenho ao avançar por este ano adentro é a de um início de um ciclo diferente de todos os que já passaram anteriormente. Estou a regressar lentamente aos caminhos que já percorri, agora com uma outra visão, com mais degustação, com menos voracidade.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Dos Frutos

A avaliação dos frutos das decisões que fomos tomando e o modo como integramos esses resultados na tomada de decisões futuras. Há sempre um momento em que há esta obrigação de olhar para trás em retrospectiva, como se existisse uma radiografia temporal que vai medindo o esforço e o investimento, para depois se tornar a investir e a esforçar. Agora de uma forma mais cirúrgica, como se já se soubesse o fruto que se quer. Não há forma de antecipar o fruto daquilo que vamos plantando, mesmo quando há uma germinação e um crescimento de uma grande árvore. Só depois da árvore dar o seu fruto é que podemos avaliar todo o processo. Para depois recomeçar a plantar tudo de novo.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Marvila Antiga

Este é o tempo em que os dias começam a ser maiores, apesar de ser ainda o tempo do frio e da chuva, ou granizo. Aqui próximo do rio só chove e por vezes há pequenas inundações no fim do vale de Chelas, ali em Xabregas. Tenho permanecido em casa, no conforto do lar, a adormecer com a minha mulher a ver filmes que nunca conseguimos que cheguem até ao fim. É assim que vamos em Marvila antiga. Apanho o autocarro de manhã até à Praça do Chile, volto à tarde de metro até à estação de Chelas, onde apanho o autocarro de regresso à Mitra. Há nesta semana que passou uma dicotomia entre o presente e o passado, entre a zona onde agora vivo e o outro bairro lisboeta do Arco do Cego em que vivia com a minha avó, pais e irmãs há muitos anos atrás.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Costa do Estoril

No meio do nevoeiro saio de casa para apanhar o transporte até ao Cais do Sodré. É de manhã e nestes dias de Inverno o nevoeiro costuma levantar ao fim da manhã, mas há dias em que permanece durante a sua completude. Assim que começo a chegar a Alcântara o nevoeiro que envolve a ponte sobre o Tejo começa a dissipar-se. Quando chegamos à foz do rio já não existe nevoeiro e em dias de céu limpo, como o de ontem, aparece o sol invernal luzidio que traz calor e uma sensação primaveril dos dias que estão quase a chegar. Saio no Estoril para então entender a razão deste local ser referido como uma estância balnear de Inverno. É na costa do Estoril e na viagem de comboio que vemos o estado do tempo a mudar.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Benfica de Eusébio

Nunca vi o Eusébio jogar e no entanto o Eusébio fez parte da minha vida, como da vida de todos os benfiquistas. Há uma razão para sermos todos do Benfica e essa razão é o Eusébio, o Eusébio e as conquistas das velhas glórias do Benfica nos anos sessenta. Quando eu nasci tive de decidir o meu clube e optei pelo maior clube e pelo mais popular, o Benfica. O Benfica de Eusébio. Depois de vinte cinco anos de sócio, desde o meu nascimento, decidi deixar de o ser, foi uma decisão visceral, contra o negócio futebol, contra a morte do desporto futebol, morte que a partida de Eusébio representa tão bem. Há uma época que se desvanece, hoje foi a enterrar Eusébio, o Pantera Negra.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Consolidação

Um ano novo e novamente doze meses para aproveitar. Começámos este ano de uma forma calma e tranquila, com os nossos pais. Os primeiros dias foram de trabalho, regresso às actividades que vamos desempenhando. Agora começamos a programar as férias, os dias de descanso, as viagens que queremos e podemos fazer com o tempo livre que vamos ter. Há uma tranquilidade natural neste processo, uma confirmação e uma consolidação daquilo que fomos construindo e planeando ao longo destes anos em conjunto, com todas as dificuldades e quedas que este processo envolve. Este ano vamos começar a ver nascer os primeiros rebentos deste percurso, consolidando as decisões que fomos tomando.