quarta-feira, 26 de março de 2014

Luz Fugidia

Ao Domingo tenho visitado os meus avós que vivem no Estoril e da última vez que os visitei fui de comboio. O caminho de comboio é feito primeiro à beira rio e depois à beira mar, com algumas incursões no interior do território litoral que une as terras que foram surgindo ao longo da costa. Deverá ser um dos mais belos percursos ferroviários da nossa terra, que permanentemente nos obriga a voltar o olhar para a imensidão da água que nos acompanha do início ao fim da viagem. Quando voltava à cidade, no fim de mais uma visita, comecei a reparar no entanto no lado contrário ao mar. A luz do sol, que estava próximo do seu ocaso, começou a entrar pela janela ao lado do banco onde vinha sentado. Sentei-me de costas para a marcha do comboio. Ao olhar para a luz do sol, sempre em fuga e a descer, reparei que do lado oposto à imensidão do oceano surgia esta luz fugidia e eu a beber dela. A água estava ali, na luz que fugia do meu olhar.

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