quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Meteorologia

Agora que o período de descanso está a chegar ao fim, é preciso referir as condições meteorológicas sentidas ao longo deste período. O tempo variou entre o bom e o excelente. Durante a primeira semana as temperaturas foram subindo, tanto no mar como em terra. O clima esteve quente, o vento fraco e nem de noite surgia uma aragem fresca, a temperatura da água do mar ia subindo e permitiu banhos mais longos. Na segunda semana começou a surgir o vento, por vezes moderado, e as temperaturas do ar baixaram em relação à primeira semana, principalmente de noite, ainda assim foram bem amenas. Também a água do mar se tornou mais fria e atlântica. No entanto as temperaturas foram altas o suficiente para continuar a descansar no areal durante largas horas e para mergulhar no mar que esteve sempre calmo, exceptuando dois dias de marés vivas. O sol esteve presente ao longo das duas semanas, as nuvens surgiram apenas nalguns dias, sem nunca colocar em causa o tempo dominante para esta época. A localização geográfica é garantia de um Verão sem fim, com tempo quente e ameno, seco e vento fraco a moderado.

sábado, 25 de agosto de 2012

Cacela

O Sotavento algarvio é ainda uma região por explorar. Aos poucos, com o passar dos dias, vamos conhecendo este espaço geográfico, essencialmente o seu litoral, que se estende por entre ilhas, dunas, praias e rias. É a extensão das suas praias que mais fixa o olhar. Quilómetros de areia que resistem às marés e acumulam a erosão das rochas ao longo de milhares de centenas de anos. Pelo meio há vilas e cidades, aldeias e estâncias turísticas. Exemplo maior desta sequência de localidades pode encontrar-se em Cacela Velha. A alva e alta Cacela Velha, as suas ruelas de poetas e os escritos de Eugénio e Sophia imortalizam a sua mitologia. No meio deste mar de areia surge no fim da falésia este local feito de memória e brancura.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mercado do Peixe

O deslumbramento de uma ida ao mercado do peixe, onde o pescado é cortado à faca e à tesoura. Homens que na madrugada se fazem ao mar para pescar e tornam o horizonte estrelado com as luzes de presença dos barcos. De manhã os clientes dirigem-se a este sítio para comprar o produto de mais um dia de faina. É o fascínio pelas coisas terrenas e simples. O tempo proporciona banhos de mar por entre as algas e as ondas. Vêem-se cardumes de peixe a nadar junto à beira-mar mesmo no meio dos banhistas. Esse mesmo peixe que é extraído das águas quando as redes que foram lançadas retornam aos barcos de pesca. É nas bancadas dos vendedores daquele mercado que tudo toma um sentido e uma compreensão.

sábado, 18 de agosto de 2012

Desbastamento

Continua tudo na mesma. O edifício do hotel domina a paisagem da povoação construída desde o barrocal até ao mar. O longo areal está cheio, de famílias e de veraneantes que aproveitam as calmas águas do sul. O tempo fica mais lento e os passos dados nas idas e voltas da praia também. As buganvílias continuam a emoldurar os alpendres das casas e as sardinhas continuam a ser grelhadas da forma mais apurada. Apenas o pinheiro foi podado e agora na parte da casa voltada para sul a sombra ficou menor ao meio dia solar. Tudo se mantém e apenas a natureza e o seu crescimento torna necessário o desbastamento.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Uma Bênção

As primeiras horas de um longo descanso e a chuva cai no exterior ao fim da tarde. É uma bênção para os dias que se seguirão, que terão pouca ou quase nenhuma chuva e muito mais calor. Este benefício anuncia o privilégio que este ano permite. Vários dias seguidos de paragem laboral longe da cidade. Também são precisos dias fora da cidade. Chegaram os dias mais ansiados, não porque se pára mas sim porque se parte. O destino importa pouco, continua a ser o mesmo de outros anos anteriores. O destino habitual a sul, onde as escarpas e as rias invadem o mar e as praias não terminam. A bênção das chuvas, os céus carregados de nuvens e a cidade a querer despedir-se.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Perseidas

O mês de Agosto é marcado pelo apogeu da passagem das Perseidas nos céus do hemisfério Norte. Nas últimas noites que passaram foram visíveis a olho nu centenas de estrelas cadentes, as chuvas de meteoros. Quando acordei ao início da manhã de Domingo fui à varanda ainda antes do nascimento do dia e observei a passagem de um meteoro que cruzou durante uma fracção de segundo o céu para o qual eu olhava. O momento que durou apenas algumas fracções de um breve período de tempo continua presente na memória. Ainda agora consigo visionar a passagem desse detrito espacial que entra na atmosfera terrestre e se desintegra originando um clarão de uma luz intensa e momentânea.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Horário Diurno

O horário diurno, tomada de decisão da consciência, torna o ambiente mais calmo e pacífico, mais solarengo e aromatizado. A inevitabilidade do começo do dia mais cedo, para aproveitar o seu fim de uma outra maneira. O mês do calor na cidade, em que se anseiam as férias na praia mais longa, o amolecer do corpo ao fim da tarde, o passeio no fim da semana, nos barcos que nos levam até à península. O contacto e a conversa, as mãos e o olhar, dirigem-nos naturalmente até ao curso planeado, sonhado por nós quando imaginámos o futuro. São as consequências naturais de uma opção pelo dia completo. Somos feitos para o dia, quando o brilho da luz acontece.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Foz do Sado

domingo, 5 de agosto de 2012

Verão

O infindável oceano
traz de volta a maresia
e com ela a poesia
da praia ano após ano

Barcos partem do cais
velas que selam o vento
respiram desse sustento
cristalino e sem corais

O prólogo de uma vida
terminável única viagem
imagina-se a passagem
da paisagem sendo lida

A foz anuncia esse fim
e o rio regressa ao mar
depois de tanto amar
mais um dia acaba assim

Volta como um sonho
história perfeita: o Verão
ilumina forte o serão
astro que agora suponho

É o doce renascimento
da luz ténue e a saudade
da beleza, da verdade
estranha forma de lamento

sábado, 4 de agosto de 2012

Do Fogo

O fogo é o resultado da combustão. Quando as florestas ardem em combustão alimentam o fenómeno que faz parte dos países com clima mediterrânico, o da renovação natural do parque florestal. O fogo pode ser notícia na abertura dos jornais, iniciar reportagens sobre a perda, mas o que me impressionou desde sempre foi passar nas mesmas áreas onde ocorreram os maiores fogos passados alguns anos e olhar para o esplendor das espécies de plantas com tronco. A água que foi caindo ao longo da passagem do tempo alimentou as sementes que ficaram no terreno, tornando a floresta pujante e vigorosa. A natureza vence o fogo, o fogo fazendo parte da natureza.