quarta-feira, 29 de junho de 2011

Na Freguesia

A semana do concerto na freguesia já começou. Prepara-se e ensaia-se o tempo da festa e do convívio. Um espaço ao ar livre, para receber e conviver com os que são mais próximos e nos conhecem há mais anos e acompanham as nossas aventuras neste momento tão importante da história da canção popular portuguesa. É neste ambiente que se irá festejar a festa da freguesia, uma festa da cidade, da nossa cidade e da nossa família. Porque isto tudo também é feito por grupos de pessoas, que descendem, em grande parte, de um ancestral comum.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Vale de Chelas

Ao passear pelo vale de Chelas na primeira noite de Verão, na degradada cidade virada a oriente, vejo as várias patrulhas de carros da polícia, ando nas ruas vazias e vejo do outro lado do vale um grupo de jovens a passar o tempo à luz dos lampiões alaranjados. A aproximação à vida do outro lado da cidade, esse lado de espaços vazios, estações de tratamento de águas e prédios sociais urbanos, faz-se nestas caminhadas pela noite dentro com a lua em quarto minguante. Chegar a casa a salvo é a confirmação que a noite deste lado da cidade é tranquila quanto baste.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Fase Inicial

Voltar a ensaiar para preparar os concertos que se aproximam numa manhã de Domingo ensolarada. Tudo tão simples e natural que nem parecia que já tinham passado cinco meses desde o último. Agora que tudo está normalizado e existem horários muito precisos a cumprir, bem como tarefas caseiras, este par de horas é aproveitado sem qualquer tipo de prolongamento. É encerrada a fase inicial de uma banda, que durou cerca de dois anos. Agora falta saber se existirá vontade e tempo para que se avance até uma fase posterior, mais concisa e previsivelmente mais produtiva.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Zona Ribeirinha

É um autêntico privilégio viver junto da zona ribeirinha da minha cidade. Com um comprimento extenso junto do curso do fim do Tejo, desde a zona de Moscavide até Algés, a cidade voltada para o rio é marcada por esta geografia única e histórica. O estuário e o porto de Lisboa, a zona antiga desde Santa Apolónia até Santos, com o cais das colunas reaberto, e o fim deste percurso com a ponte 25 de Abril, as docas de barcos de recreio e a torre de Belém. Este longo percurso é a fronteira e coração da cidade de Lisboa, e uma zona ribeirinha imensa por explorar.

domingo, 12 de junho de 2011

Noite de Santo António

O que está para lá dos canaviais? Vejo a linha dos caminhos de ferro, pássaros a cantar e o pombal. Do outro lado dos canaviais existem armazéns, casas e colectividades onde se celebra a festa no pátio, com cantigas populares, amores por criar. Ou será Londres? Cidade inglesa do parlamento, dos museus, da monarquia, das torres e rodas gigantes, prédios da alta finança, largos de fontes iluminadas. Aqui nesta cidade dançaremos os bailaricos, trocaremos manjericos, e no fim da festa adormecerás ao meu lado. Tudo isto, tudo sonho, para lá dos canaviais nesta noite de Santo António.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Movimentos Pendulares

Os movimentos pendulares do novo quotidiano fazem-se de comboio e de autocarro. Na tarde sobe-se a escadaria junto do afloramento até ao apeadeiro. Na noite regressa-se na rede da madrugada, passando por bairros adormecidos, estações de comboio fechadas, até chegar ao palácio. É uma dura mudança de ritmo que tem de ser feita, como deve acontecer. A motivação para todos estes movimentos é a de um amanhã risonho e mais organizado. A fragilidade destes horários é a garantia de um futuro melhor. É para esse futuro que caminho de forma pendular e contínua.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Regresso

O regresso a este espaço faz-se com calma e precisão e após a instalação do serviço de internet na casa de Marvila. O dia do casamento foi inesquecível e mítico. A viagem helénica foi incrível e sem um tempo específico. O maior dia das nossas vidas passou num ápice, rodeado de familiares e amigos. Na memória ficam os sorrisos, os abraços e as lágrimas de felicidade. Ao meu lado nesse dia e na viagem, e agora no dia-a-dia, a maior de todas as belezas. O trabalho e quotidiano doméstico tomam novas formas e a vida avança, renascendo a cada hora.