quarta-feira, 30 de junho de 2010

Vincent van Gogh



Oliveiras
Vincent van Gogh (1889)
Óleo sobre tela
73 × 92 cm
Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, E.U.A.

domingo, 27 de junho de 2010

Na Cidade Se Permanece

Tempo de dias confusos, de volta à audição de discos quando se falham concertos imperdíveis. Festivais de Verão este ano não, afinal nem um e discos novos no leitor de ficheiros comprimidos. Bandas americanas desta década. Os concertos que não se podem perder acontecem à porta de casa e em casa se fica. Os festivais no centro da nossa cidade e na cidade se permanece. É preciso sair daqui e voltar de fora para dentro. Sair e voltar a entrar, como a água que torna à fonte e regressa ao rio, desce as margens e desagua no mar. E por vezes, por vezes, penso em terminar este romance, o romance deste blogue, para iniciar um novo de textos curtos, imagens fortes e histórias longas. Com muito menos canções.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Dança Salão

Amanhã é mais um dia de sol e de trabalho. Os dias amanhecem, as manhãs caem oblíquas na cidade branca e o gosto em escutar parece ter voltado. Já sem o fascínio, ainda com a sedução e uma atitude ainda mais crítica. Nada é muito bom até que seja demonstrado o contrário. O ser do contra é mais que um estilo, é uma ordem. A conquista do passeio daquela rua por entre sombras é uma vitória justa pois então. O sorriso que aparece, as pontas dos dedos que estalam e os passos trocados, saltos pequenos cruzados que espantam e admiram. O pé volta a bater no chão e o sol, sempre ele, espreita em total ausência de cor. O trabalho chegou. Viva a dança salão.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Primeira Batalha Final

E por vezes as canções são profecias daquilo que vai acontecer depois. Acontece agora com a canção oficial do Guillul para o Mundial. E as sete voltas lá se cumpriram. O início desta ofensiva começou com a palavra do profeta. Anunciei-o no início e hoje volto a ele, apesar de ser por causa de um mero jogo, a lembrar que ainda existem nações e pátrias. No entanto voltar a Guillul só por que existe esta canção e escrever sobre um torneio torna isto menos especial do que antes. O quinto disco deverá ser o mais acessível do profeta e compreensivelmente talvez seja também o disco mais burguês. Apela-se por isso ao povo, para que encha o Ateneu Comercial no último dia deste mês, naquela que irá ser a primeira batalha final.

sábado, 19 de junho de 2010

Tempo Fora

Quando entendes que o que te faz mover hoje é praticamente o oposto do que o que te fazia mover antes algo está diferente. Já não existe aquela emoção em estar presente e em fazer parte, há algo maior que ultrapassa essa experiência comunitária. Se isto acontece da nossa cidade então quando tens de fazer centenas de quilómetros para assistir ao fanatismo inconsequente do novo que vem de fora, do que é de dentro mas deseja e ambiciona ser de fora, mais sabes que estás noutro mundo e noutra fase. O tempo fora de casa é desclassificado e em substituição disto tudo chega um tempo para fortalecer poucas relações em detrimento de todas as outras. O tempo fora é cada vez menos e não há nada mais normal nisso.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sabor a Verão

É quase incrível visualizar a evolução de uma banda ao longo de um ano. Aquilo que antes era apenas um projecto e uma ideia ganhou, à custa de muito trabalho e sacrifício, um corpo visível forte e coeso, com uma atitude e energia em palco desafiadora e pujante. Ainda há muito a limar e a olear e no entanto o que emerge já é do melhor que assisti em concertos por parte de bandas da minha área de abrangência. Um pé na electrónica com o teclado maravilha, o outro nos rifes de guitarra rápidos e ultra melódicos, um baixo certo e saltitante e uma bateria onde a festa não tem fim. Cuidado, este ano será o ano da explosão criativa d'Os Capitães da Areia. Daqui um ano o Verão vai ter outro sabor.

sábado, 12 de junho de 2010

Baladas e Incenso

Lembrando que este blogue continua a ser um blogue de alguém que ainda vai, de vez em quando, a alguns concertos onde se proclama a chegada de mais uma revolução musical única e incensados até ao tutano, da malta que também vive no paralelo um pouco acima do Trópico de Câncer, há pequenos concertos que se destacam da maioria pela sua simplicidade e sinceridade. Nada mais que isso. Foi o caso de ducktails, a banda imaginária de Matt Mondanile, que estacionou numa sala nobre daquela casa que alberga os artistas de fora. Em vez de estar a incensar o que não precisa de incenso, deixo-vos um pequeno vídeo de uma canção de ducktails ao vivo. Baladas assim dançam-se devagar.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Laços de Família

Acima de todas as feridas ganhas em mais uma noite subterrânea de róque lisboeta ficam as relações criadas e aprofundadas no bar de um Instituto Superior da nossa cidade. O interesse da edição de discos é quase dispensável após o compromisso entre duas pessoas que unidas criarão mais que discos e canções. As canções são sobretudo um motivo, uma razão para que o dia a seguir a este continue a ser um dia de desafio e de novas oportunidades. O importante a reter é a criação de laços e relações. Ainda mais importante do que todos os discos editados são os laços de família. A alegria neste anúncio supera todas as alegrias das noites em que sabes que tiveste um certo valor para alguém ou para um grupo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Domínio Português

Enquanto me mantenho nos bastidores de tudo o que já aconteceu e de tudo o que irá acontecer, inauguram-se sítios oficiais em domínio português como se ainda estivesse tudo no início. E está. Tudo ainda está no início e ficará sempre algo por iniciar. No sítio oficial nasce também a loja de discos e de parafrenália, para que deixe de existir a desculpa não encontrei nas prateleiras daquela conhecida loja multinacional de artigos culturais barra outros. Para darem com esta bela localidade internáutica basta seguir a hiperligação ao vosso lado direito em baixo de sítio oficial. Orgulho em tudo isto e muita atenção ao que aí vem. Concertos e discos incluídos.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

As Apostas

Nesta dança dos dias que passam há que saber aproveitar as oportunidades que te continuam a dar. Apostaram antes em ti, numa altura em que o destino fazia prever uma carreira de jovem profissional urbano que descarrilou num investimento arriscado na promoção de uma nova ideia para a cultura popular urbana portuguesa e agora parece que querem apostar novamente em nome da qualidade de trabalho, quando apenas desejamos estar bem com a nossa consciência moral. Há que saber aproveitar e não desistir das nossas qualidades humanas e de relacionamento com os outros, seja no dia-a-dia da sala das dezenas de pessoas, seja no cimo de um palco a cantar o romance que nos anima os dias que ainda virão.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Estrangeiros

Onde é que está a gente que esgota a Aula Magna no concerto da banda dos dois xis, e também o público que enche coliseus para ver o urso pardo. Se existissem mais bandas de fora, com aquele som africanizado, a actuar em salas médias desta cidade, com toda a certeza as encheriam. É certo que se canta na língua de Camões, e pelos vistos isso parece ser mais um obstáculo do que uma mais-valia. Fossem Os Pontos Negros estrangeiros e rapazes de Brooklyn e o São Jorge enchia. Assim temos uma das melhores bandas portuguesas do novo milénio a tocar para os fãs que também têm bandas e um São Jorge a meia casa.